Entre as centenas de casos escandalosos, podemos citar a denúncia ao Juízo da 2º Vara Federal Criminal de Curitiba: os advogados Fausto Pereira de Lacerda e Milton João Bettenheuser Júnior, ambos funcionários do Banestado e também colaboradores credenciados para cobranças do banco, exercendo a mesma função dentro e fora do banco, recebendo duplamente para isso e tendo a facilidade de controlar todo o processo de cobrança.
“Esses dois funcionários tiveram participação decisiva na seleção dos créditos que seriam repassados ao Banco Itaú e à Agência de Fomento do estado do Paraná no processo de privatização. Fausto de Lacerda era advogado da empresa de cobrança Rio Paraná e Milton Bettenheuser passou a ser após a privatização do Banco.
A Rio Paraná, foi, após a compra do Banestado pelo Itaú, a empresa encarregada de cobrança dos créditos pendentes. Milton chefiava o Departamento Jurídico do Banestado no processo de saneamento preparatório para a Privatização e Fausto. que também dirigiu esse Departamento, foi Diretor de Reestruturação em Privatização, além de Consultor Jurídico da Presidência.
A quebra do Banestado, e sua venda ao Banco Itaú, foi uma tramoia para enriquecer alguns poucos e enganar todo o povo do Paraná. Dinheiro de impostos que deveria estar sendo aplicado em educação, habitação, segurança, está sendo usado para pagar a roubalheira de pessoas ligadas ao ex-governador Jaime Lerner.
Diversos políticos famosos - alguns com mandatos até hoje - e grandes empresas do nosso estado se beneficiaram com a roubalheira no Banestado. A chamada grande imprensa silenciou covardemente sobre fatos gravíssimos, para se beneficiar do dinheiro que jorrava sem controle.
Outro caso escandaloso citamos: A conexão Rural-PT-doleiro
Há um mês, quando o mensalão era só uma suspeita, uma empresa com nome estrangeiro surgiu em meio ao escândalo – o Trade Link Bank. Rui Vicentini, ex-tesoureiro do PPS, revelou ao jornal O Estado de S. Paulo ter ouvido do doleiro Antonio Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, uma confissão séria. O doleiro dissera que operava um esquema clandestino pelo qual o PT mandava e recebia dinheiro do exterior de forma ilegal. "Levantei a operação. Marquei o nome Trade Link Bank. O dinheiro ia para Miami e voltava pela conta do pessoal no Banco Rural", disse o tesoureiro do PPS, partido que, até seis meses atrás, fazia parte da base de apoio ao governo petista. Desde então, o Rural tem se esforçado para distanciar-se o máximo possível do Trade Link Bank. Numa nota oficial, publicada nos principais jornais do país há três semanas, o banco chegou a afirmar que "não há participação societária do Rural no Trade Link Bank". Não há mesmo, mas essa é a parte pública. O pedaço subterrâneo mostra que o Trade Link tem ligações irrefutáveis com o Rural e funcionava, na prática, como um ninho de doleiros.
Criado nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal do Caribe, o Trade Link instalou sua base de operações nos Estados Unidos, mas chegou a ter atividades no Brasil. No dia 19 de abril de 1998, por exemplo, a diretoria do Trade Link fez uma reunião, com ata e tudo, em Belo Horizonte. VEJA teve acesso à ata. Nela, lê-se que a reunião da cúpula do Trade Link foi realizada no seguinte endereço: Rua Rio de Janeiro, 927, Belo Horizonte. É um edifício que pertence ao Rural e abriga a sede do banco, na capital mineira. Quem assina a ata é o senhor Sabino Correa Rabello, o fundador do Rural, falecido no início deste ano.
Até poucos meses atrás, a sede do Trade Link nos Estados Unidos ficava no mesmo endereço da subsidiária americana do Rural, a Rural Securities. Ambas estavam instaladas no mesmo andar de um luxuoso edifício comercial, o Wachovia Financial Center, na região central de Miami, na Flórida. A placa do Trade Link, que ficava lado a lado com a que identificava a Rural Securities, foi arrancada há quatro meses. Mas isso está longe de apagar as digitais do Rural. VEJA também teve acesso ao documento que serve como cartão de assinaturas da pessoa autorizada a movimentar o dinheiro da empresa. No cartão está a assinatura de Guilherme Rocha Rabello, diretor do Rural em Belo Horizonte e primo da atual presidente do banco, Kátia Rabello.
Uma das contas bancárias do Trade Link que o diretor do Rural podia movimentar ficava na tristemente famosa agência do Banestado de Nova York. Por essa conta passaram 700 milhões de dólares em menos de dois anos. Em 2002, quando a Polícia Federal começou a investigar a farra das remessas ilegais para o Banestado de Nova York, descobriu-se que o Trade Link usava suas contas bancárias para hospedar dinheiro que saía ilegalmente do Brasil. Era um ninho dos doleiros. O Trade Link tinha contas clandestinas no Standard Chartered, no UBS e no Bank of America, além do Banestado. Só da conta no Banestado, franqueada aos doleiros, saíram quase 60 milhões de dólares num único dia, e o destino era uma conta do Rural International Bank. Outra empresa do grupo, a IFE Rural, subsidiária do grupo no Uruguai, recebeu 11 milhões de dólares numa operação. Tudo ali era vultoso, oculto e sempre enlaçado ao Rural de Belo Horizonte.
Em depoimento sigiloso, transcrito em quatro páginas, o doleiro Alberto Youssef, um dos maiores do país, detalhou ao juiz Sérgio Fernando Moro, da 2ª Vara Federal de Curitiba, como funcionava o esquema do Rural para mandar dinheiro ilegalmente para fora do país. Ele disse ter criado contas em nome de laranjas, contou que as operações eram do conhecimento de executivos do Rural e deu até o nome de seus interlocutores em Belo Horizonte: José Augusto Dumont, vice-presidente falecido em abril de 2004, e José Roberto Salgado, o atual vice-presidente da instituição. "Várias operações de clientes do Rural que precisavam colocar dinheiro lá fora eram feitas comigo", confessou Youssef. O Banco Rural nega.
O doleiro Toninho da Barcelona, que teria operado o esquema do PT no exterior, é acusado de movimentar ilegalmente 190 milhões de dólares nos Estados Unidos. Ele foi preso durante a Operação Farol da Colina, às vésperas da eleição municipal. Nessa operação, foram presos 62 doleiros, quase todos clientes do Trade Link. Outra coincidência: num de seus depoimentos na Câmara, Roberto Jefferson contou que o PT ficou de lhe dar 20 milhões de reais, mas entregou apenas 4 milhões – e Jefferson foi cobrar o resto. O então ministro José Dirceu explicou que o PT estava com o caixa no vermelho com as seguintes palavras: "Roberto, a Polícia Federal é meio tucana. Botou em cana 62 doleiros agora, véspera de eleição. A turma que ajuda não está podendo internar dinheiro no Brasil".
“Esses dois funcionários tiveram participação decisiva na seleção dos créditos que seriam repassados ao Banco Itaú e à Agência de Fomento do estado do Paraná no processo de privatização. Fausto de Lacerda era advogado da empresa de cobrança Rio Paraná e Milton Bettenheuser passou a ser após a privatização do Banco.
A Rio Paraná, foi, após a compra do Banestado pelo Itaú, a empresa encarregada de cobrança dos créditos pendentes. Milton chefiava o Departamento Jurídico do Banestado no processo de saneamento preparatório para a Privatização e Fausto. que também dirigiu esse Departamento, foi Diretor de Reestruturação em Privatização, além de Consultor Jurídico da Presidência.
A quebra do Banestado, e sua venda ao Banco Itaú, foi uma tramoia para enriquecer alguns poucos e enganar todo o povo do Paraná. Dinheiro de impostos que deveria estar sendo aplicado em educação, habitação, segurança, está sendo usado para pagar a roubalheira de pessoas ligadas ao ex-governador Jaime Lerner.
Diversos políticos famosos - alguns com mandatos até hoje - e grandes empresas do nosso estado se beneficiaram com a roubalheira no Banestado. A chamada grande imprensa silenciou covardemente sobre fatos gravíssimos, para se beneficiar do dinheiro que jorrava sem controle.
Outro caso escandaloso citamos: A conexão Rural-PT-doleiro
ESTÁ TUDO NO PAPEL Guilherme Rabello, diretor do Rural, é autorizado a mexer com o dinheiro do Trade Link, |
Há um mês, quando o mensalão era só uma suspeita, uma empresa com nome estrangeiro surgiu em meio ao escândalo – o Trade Link Bank. Rui Vicentini, ex-tesoureiro do PPS, revelou ao jornal O Estado de S. Paulo ter ouvido do doleiro Antonio Claramunt, conhecido como Toninho da Barcelona, uma confissão séria. O doleiro dissera que operava um esquema clandestino pelo qual o PT mandava e recebia dinheiro do exterior de forma ilegal. "Levantei a operação. Marquei o nome Trade Link Bank. O dinheiro ia para Miami e voltava pela conta do pessoal no Banco Rural", disse o tesoureiro do PPS, partido que, até seis meses atrás, fazia parte da base de apoio ao governo petista. Desde então, o Rural tem se esforçado para distanciar-se o máximo possível do Trade Link Bank. Numa nota oficial, publicada nos principais jornais do país há três semanas, o banco chegou a afirmar que "não há participação societária do Rural no Trade Link Bank". Não há mesmo, mas essa é a parte pública. O pedaço subterrâneo mostra que o Trade Link tem ligações irrefutáveis com o Rural e funcionava, na prática, como um ninho de doleiros.
Criado nas Ilhas Cayman, paraíso fiscal do Caribe, o Trade Link instalou sua base de operações nos Estados Unidos, mas chegou a ter atividades no Brasil. No dia 19 de abril de 1998, por exemplo, a diretoria do Trade Link fez uma reunião, com ata e tudo, em Belo Horizonte. VEJA teve acesso à ata. Nela, lê-se que a reunião da cúpula do Trade Link foi realizada no seguinte endereço: Rua Rio de Janeiro, 927, Belo Horizonte. É um edifício que pertence ao Rural e abriga a sede do banco, na capital mineira. Quem assina a ata é o senhor Sabino Correa Rabello, o fundador do Rural, falecido no início deste ano.
Até poucos meses atrás, a sede do Trade Link nos Estados Unidos ficava no mesmo endereço da subsidiária americana do Rural, a Rural Securities. Ambas estavam instaladas no mesmo andar de um luxuoso edifício comercial, o Wachovia Financial Center, na região central de Miami, na Flórida. A placa do Trade Link, que ficava lado a lado com a que identificava a Rural Securities, foi arrancada há quatro meses. Mas isso está longe de apagar as digitais do Rural. VEJA também teve acesso ao documento que serve como cartão de assinaturas da pessoa autorizada a movimentar o dinheiro da empresa. No cartão está a assinatura de Guilherme Rocha Rabello, diretor do Rural em Belo Horizonte e primo da atual presidente do banco, Kátia Rabello.
Uma das contas bancárias do Trade Link que o diretor do Rural podia movimentar ficava na tristemente famosa agência do Banestado de Nova York. Por essa conta passaram 700 milhões de dólares em menos de dois anos. Em 2002, quando a Polícia Federal começou a investigar a farra das remessas ilegais para o Banestado de Nova York, descobriu-se que o Trade Link usava suas contas bancárias para hospedar dinheiro que saía ilegalmente do Brasil. Era um ninho dos doleiros. O Trade Link tinha contas clandestinas no Standard Chartered, no UBS e no Bank of America, além do Banestado. Só da conta no Banestado, franqueada aos doleiros, saíram quase 60 milhões de dólares num único dia, e o destino era uma conta do Rural International Bank. Outra empresa do grupo, a IFE Rural, subsidiária do grupo no Uruguai, recebeu 11 milhões de dólares numa operação. Tudo ali era vultoso, oculto e sempre enlaçado ao Rural de Belo Horizonte.
Em depoimento sigiloso, transcrito em quatro páginas, o doleiro Alberto Youssef, um dos maiores do país, detalhou ao juiz Sérgio Fernando Moro, da 2ª Vara Federal de Curitiba, como funcionava o esquema do Rural para mandar dinheiro ilegalmente para fora do país. Ele disse ter criado contas em nome de laranjas, contou que as operações eram do conhecimento de executivos do Rural e deu até o nome de seus interlocutores em Belo Horizonte: José Augusto Dumont, vice-presidente falecido em abril de 2004, e José Roberto Salgado, o atual vice-presidente da instituição. "Várias operações de clientes do Rural que precisavam colocar dinheiro lá fora eram feitas comigo", confessou Youssef. O Banco Rural nega.
O doleiro Toninho da Barcelona, que teria operado o esquema do PT no exterior, é acusado de movimentar ilegalmente 190 milhões de dólares nos Estados Unidos. Ele foi preso durante a Operação Farol da Colina, às vésperas da eleição municipal. Nessa operação, foram presos 62 doleiros, quase todos clientes do Trade Link. Outra coincidência: num de seus depoimentos na Câmara, Roberto Jefferson contou que o PT ficou de lhe dar 20 milhões de reais, mas entregou apenas 4 milhões – e Jefferson foi cobrar o resto. O então ministro José Dirceu explicou que o PT estava com o caixa no vermelho com as seguintes palavras: "Roberto, a Polícia Federal é meio tucana. Botou em cana 62 doleiros agora, véspera de eleição. A turma que ajuda não está podendo internar dinheiro no Brasil".
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